.apetece-me

o natal passou-se. e as horas passadas no meio da imensidão social de um lar completo tornaram-se repletas de pensamentos sozinhos e bastante singulares. sentar-me em frente à lareira, com a família toda à mesa. e eu no meu canto. os meus óculos. a minha caneta preta e o meu moleskine. a minha irmã mais velha a chamar-me de professor pardal e a mais nova a pedir-me para fazer mais um puzzle com ela. entre isto e outros tantos. vontades e vontades me deram. de escrever o que pensava. de ler o que queria saber mais. de ver. de escutar. de observar. informação do que não se pode informatizar nem que se busca num livro. num filme ou numa série. lembrar o que passou. fazer os meus habituais balanços. assistir a mais um fecho de ano e pensar que se o que se está a fechar foi exactamente como eu pensava que ia ser ainda no ano anterior. nestas alturas costumamos assumir uma postura um bocado de políticas em época de campanha eleitoral e dizemos e juramos e prometemos a nós e aos outros coisas que nem nós nem sabemos se seremos capazes de cumprir. e isto faz-me um bocado de confusão. daí, isto.